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Além de divulgar meu trabalho como psicólogo, quero compartilhar com você neste espaço, diversos materiais relacionados à psicologia, como: artigos, opiniões, fóruns, links, livros, filmes, entre outros.
Espero que este blog seja relevante para seus interesses.
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Luis C. Pontes
CRP 08/17138

terça-feira, 13 de março de 2012

Humano ou desumano?

É bem provável que você, diante de tantos episódios horrendos e lamentavelmente memoráveis, amplamente divulgados pela mídia, do tipo: moradores de rua que são queimados vivos, casal que atira a filha pela janela, filha que planeja o assassinato dos próprios pais, entre outros, deve ter verbalizado a seguinte expressão de indignação: Que desumano!
Eu, porém, olho para essas barbáries e digo: Que humano!
Humano ou desumano?
Você já soube de cachorros que se uniram a fim de queimarem outros cachorros vivos?
Leu em algum noticiário a respeito de uma gatinha, que, reuniu amigos para assassinarem os pais, enquanto os mesmos dormiam?
Ou talvez, tenha ouvido dizer que um casal de macacos arremessou ao chão a filha indefesa?
Parricídios, fratricídios, infanticídios, homicídios, estupros, sequestros, torturas.
Humano ou desumano?
Acredite ou não, não há nada mais próprio do humano, do que aquilo que você considera desumano.
Os dicionários descrevem como qualidades desumanas, o cruel, o bárbaro, o atroz, como se tais atributos fossem coisas de animais.
Aliás, somos especialistas em nos insultarmos com termos que demonstram a inferioridade dos animais, se comparados a nós: Seu animal! Seu burro! Sua anta! Sua vaca! Sua cadela! Seu cachorro! (gato e gata são raras exceções).
Desmatamento, poluição, caça e pesca predatórias, super aquecimento, desequilíbrio ambiental, guerras.
Humano ou desumano?
Que animais! Que burros! Que antas!
Não podemos esquecer que nosso cérebro é o mais complexo, que fomos criados a imagem e semelhança de Deus, que possuímos o tal do livre arbítrio.
Ah! Também fomos à lua, nomeamos os próprios animais, inventamos os transplantes de órgãos, construímos os computadores, os aviões, os mísseis, as armas de fogo, as bombas nucleares, as minas terrestres, as armas químicas e biológicas.
Por tudo isso, fomos e continuamos a ser os únicos seres capazes de atirarem no próprio pé. Salvamos vidas e a matamos ao mesmo tempo. Construímos prisões para nós mesmos. Criamos drogas para morrermos por causa delas.
Que bestas! Que porcos! Que veados!
Esses últimos, o que fazem?
Defendem seus territórios. Matam para se alimentarem e sobreviverem. Lutam para perpetuarem sua espécie.
De fato, são apenas animais, porque não pensam!
Não pensam em assassinarem sua própria espécie? Não pensam em estuprarem seus filhos?
E o humano, o que pensa quando atira na cabeça do colega de trânsito? Ou, será que também não pensa, como os animais?
Nem toda a tecnologia, nem toda a literatura do mundo, nem todo o brilhantismo e superioridade cognitiva, nos tornaram, ao longo dos séculos, uma espécie tão melhor assim.
Animais!
Os bárbaros continuam a existir, talvez, agora denominados de sociopatas, perversos; engravatados, descamisados, atrás de um carrinho de cachorro quente, a frente de um palanque, analfabetos, mestres e eruditos, a pé ou em limusines, nos barracos ou nas coberturas, ninguém sabe ao certo.
Sabe-se que o ser humano, apenas ele é capaz de semear sua humanidade, quer para o bem, quer para o mal.
Que desumano!
É o que parece, quando encontramos escassamente gestos de solidariedade, gentileza, compreensão, respeito, empatia e alteridade.
Humano ou desumano?

Abraços.

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