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Além de divulgar meu trabalho como psicólogo, quero compartilhar com você neste espaço, diversos materiais relacionados à psicologia, como: artigos, opiniões, fóruns, links, livros, filmes, entre outros.
Espero que este blog seja relevante para seus interesses.
Aguardo seu contato.

Luis C. Pontes
CRP 08/17138

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Por uma vida menos ansiosa.

É com a terapia que vamos aprender a organizarmos nossa "cabeça", de forma geral: modificando e reduzindo nossos pensamentos ansiosos, testando a validade de nossas preocupações e temores, aprendendo a filtrar informações relevantes, mudando nossa forma negativa de encarar os acontecimentos, para uma forma mais realista e adaptável, enfim, vivendo mais intensamente o presente e encarando o futuro com menos ansiedade.

Bom, se você estava muito ansioso para ler o final desta postagem, espero que sua ansiedade tenha diminuído, pois, fiz questão de lhe adiantar o final, como você deve ter lido acima.

No Brasil, estima-se que 25% da população sofra de algum tipo de distúrbio ansioso ao longo da vida:  a síndrome do pânico, o estresse pós-traumático, as fobias, o transtorno obsessivo-compulsivo e o transtorno de ansiedade generalizada, são alguns dos diagnósticos mais comuns, relacionados aos transtornos ansiosos.
A ansiedade é aquela sensação que se antecipa a algo fora do presente, quero dizer, ainda não chegamos lá realmente, mas, nossos pensamentos e sentimentos já.
A entrevista de emprego será realizada amanhã, no entanto, sua “mente” é capaz de lhe fazer sentir como se você já estivesse na própria entrevista.
Além do problema em estar com a “cabeça” cheia de situações, acontecimentos, que ainda nem chegaram, a grande questão é como você encara, “vivencia” essas situações “futurísticas”?
Que pensamentos, sentimentos e comportamentos você tem por antecipação?
É verdade que a ansiedade desempenha um papel positivo em nos deixar alertas e prontos para agir se for necessário.
Sabe-se que nossa preocupação tem forte relação com nosso estado ansioso. Será que no próximo mês conseguirei alcançar a meta de vendas? Será mesmo que conseguirei?
Tal preocupação pode me fazer vender mais e melhor para conseguir atingir a meta, mas, mesmo com um mês todo pela frente, posso me pré-ocupar a tal ponto de ficar fadigado sem ter de fato tentado vender.
Há como não ficar ansioso no mundo de hoje com tantas ocupações?
Estudar, trabalhar, namorar, noivar, casar (não necessariamente nesta ordem).
E o que a sociedade exige de nós?
Graduação?
É pouco.
Especialização, MBA, mestrado, doutorado, pós-doutorado...
“Faça uma pós-graduação e garanta seu futuro”.
Será mesmo?
Inglês, espanhol, informática, boa aparência, experiência, proatividade, participação nas redes sociais, página pessoal, e essa lista vai longe...
Realmente vivemos em um mundo extremamente ansiógeno, mas, podemos afirmar que em cada época da humanidade, preocupações e razões para ansiedade estiveram presentes.
Quão ansioso um judeu viveu com o nazismo batendo a sua porta?
E durante o período da ditadura militar no Brasil?
Certa vez alguém escreveu: “... basta a cada dia as suas preocupações...”.
É interessante que a nossa ocupação prévia sobre algo, quase sempre é incapaz de alterar ou influenciar os acontecimentos lá da frente.
Agora, sem dúvida, demasiadamente ansiosos, tal estado interfere no que estamos fazendo no agora, na nossa forma de viver o presente em todos os sentidos, na qualidade do nosso trabalho, na nossa relação com as pessoas, isto mesmo, e, sobretudo, no nosso cuidado conosco, com nossa saúde.
O que lhe causa mais ansiedade?
As contas no fim do mês? As metas a serem alcançadas no seu trabalho? O desempenho escolar dos seus filhos? As viagens do seu marido? A possibilidade de adoecer? A necessidade de tomar decisões?
Segundo Christian Perring, professor de filosofia da Universidade Dowling em Nova York, “Enquanto que na Antiguidade, a ansiedade surgia de fatores externos, como doenças e catástrofes naturais, a dos nossos tempos é imposta por nós mesmos.
Como assim?
Os fatores que mais causam preocupação atualmente são coisas muito menos tangíveis, como satisfação no emprego, realização amorosa, visual perfeito. Como nossos antepassados ainda estavam ocupados em sobreviver, dificilmente tinham as crises e neuroses que temos agora. De fato, boa parte das nossas apreensões vem das milhares de possibilidades de escolha que temos hoje em dia.
Que carreira escolher?
Se no século 18, havia apenas 20 empregos diferentes nos quais uma pessoa podia fazer carreira, hoje esse número já passa dos 20 mil – e continua aumentando.
O tempo que cada trabalhador passa num emprego também não pára de diminuir. O Ministério do Trabalho dos EUA calcula que um empregado vá passar por 10 a 14 cargos diferentes antes dos 40 anos. O número de divórcios aumentou 13 vezes em 3 décadas. Esses dados são impressionantes, se lembramos que antigamente casamento e emprego duravam muito mais, se não a vida inteira.
Essa idéia de liberdade é atual e causa muita ansiedade”, diz Renata Salecl, da London School of Economics.
Assustado com essas informações?
Informação...
Uma geradora de ansiedade.
Quantos assuntos você lê nos sites de notícias? Quantos emails você recebe diariamente sobre notícias de novos alimentos que causam câncer, de novos vírus mutantes que atacam o seu computador, de novos golpes na praça, de novas dietas milagrosas, de novos produtos "imprescindíveis" que você não sabe como usar, mas que precisa comprar?
Já foram cunhados até alguns termos para definir a ansiedade trazida pelos novos meios de comunicação: technologyrelated anxiety (ansiedade que surge quando o computador trava, que afeta 50% dos trabalhadores americanos), ringxiety (impressão de que o seu celular está tocando o tempo todo) e a ansiedade de estar desconectado da internet e não saber o que acontece no mundo, que já contaminou 68% dos americanos.
Para termos uma idéia, uma edição de domingo do jornal The New York Times tem cerca de 12 milhões de palavras e contém mais informação do que aquela que um cidadão do século 17 recebia ao longo de toda a vida.
Em 1801, a notícia de que Portugal e Espanha estavam em guerra demorou 3 meses para chegar ao Rio Grande do Sul. Quando chegou, o capitão de armas do estado declarou guerra aos vizinhos espanhóis, sem saber que a batalha na Europa já tinha terminado.
E hoje?
Em quanto tempo a informação de um tsunami ou de um acidente automobilístico no Japão, leva para chegar até você?
Será que é saudável estar sempre plugado, ligado a todos os canais de informação?
Possibilidades de escolha... Informações que se propagam em crescente quantidade e rapidez...
O que fazer para diminuir nossa ansiedade?
Medicamentos?
Já temos sido considerados o pais do Rivotril. Será que é a solução?
Os químicos podem até ajudar o cérebro a não se preocupar demais, mas não adiantam nada se a pessoa continuar pensando catastroficamente, por exemplo. Sabemos que boa parte da nossa ansiedade vem dos nossos pensamentos. Por isso, os medicamentos têm validade, conquanto que caminhem juntamente com a psicoterapia.
(Reler o 1º parágrafo)


Abraços!

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

CURTIR

- Quantos amigos você tem meu filho?
- Bem, depende pai.
- Como assim depende?
- Se liga pai! - Você quer saber quantos amigos tenho no Facebook, no Orkut, no Sonico, no Myspace, no Multiply, no Linkedin, no Flickr ou no Twitter?

Isso mostra a realidade das chamadas redes sociais. Aliás, orgulhosamente ou não, nós brasileiros, já despontamos como os usuários mais participativos desse universo virtual.
Realmente, nunca foi tão fácil ter amigos como hoje, você não acha?
Recentemente reencontrei virtualmente um amigo de infância, ao qual não tinha notícias há mais de 15 anos.
Praticamente encontramos “todo mundo” em alguma das redes sociais, e, é até estranho quando procuramos alguém do trabalho, da faculdade, algum parente, enfim, e não o encontramos.
Muita gente chega a entrar numa disputa acerca de quem tem mais amigos na rede.
O caminho para a popularidade, para o “estrelato” ficou mais acessível, afinal, todos podem ter seguidores, comunidades próprias, fotos e vídeos divulgados, que podem atrair a atenção de milhares de pessoas no mundo todo.
Por uma ótica mais ingênua, parece estar cada vez mais difícil ficar sozinho ou se sentir só, pois, bastam poucos cliques e, suas centenas de amigos surgem estampados na sua cara. Basta chamá-los, mandar-lhes mensagens, curtir, cutucar, etc.
Assim sendo, com a explosão das redes sociais, poderíamos afirmar que possuímos mais amigos, e, por conseqüência, nos sentimos menos só?
Infelizmente não.
Costumamos ser bons inventores, criadores de novas tecnologias, que são perfeitamente saudáveis e proveitosas, como é o caso das redes sociais.
No entanto, nosso grande problema, está na falta de habilidade em como utilizarmos beneficamente o que criamos, ou seja, costumamos desvirtuar a utilidade inicial, ou mesmo, a usamos extremadamente, e, com isso, damos um tiro em nosso próprio pé.
Parecendo ser antiquado ou retrógrado, pouco importa, afirmo veementemente que as relações pessoais, sempre necessitarão do caráter presencial.
Com isso, de maneira nenhuma desqualifico as relações no ambiente virtual. Elas são importantes, são até mesmo necessárias e complementares, entretanto, um relacionamento interpessoal carece do toque, não do “touch screen”, mas do contato físico, não somente dos olhos na tela, mas, sobretudo, dos olhos nos olhos.
Apesar disso, o que vemos são pessoas que encontraram uma zona de conforto atrás da tela dos seus PC´s, notebooks, netbooks, ipad`s, smarthphones, entre outros dispositivos de acesso a rede. E, vivendo “escondidos” nesse ambiente virtual, é claro, tendem a se relacionarem principalmente no nível virtual, que, cá entre nós, é quase sempre ambíguo, enigmático, e, diria também, bastante limitado.
Penso que, além da qualidade dos relacionamentos possa estar sendo afetada, pelo nosso uso desmedido das redes sociais, sinto que, na mesma medida, nos retraímos, nos fechamos em nosso submundo.
Ao invés de sairmos com um amigo para comermos uma pizza, para falarmos da vida, do trabalho, dos nossos sentimentos, twittamos que pedimos uma pizza, escrevemos no Facebook que a pizza está deliciosa, e, nosso amigo, que, raramente vemos fora da faculdade, do trabalho, enfim, ele só pode clicar em curtir e só.
Na real, quantos amigos você tem?
E, mais importante do que isso. Como você se relaciona com eles?
Não é de se estranhar, portanto, que, embora as pessoas tenham as mais variadas opções para terem contato umas com as outras, tais contatos, estão se tornando extremamente superficiais, rápidos e ocasionais.
Eu faço uso das redes sociais sim, e, sou tentado muitas vezes a usá-la bem mais do que o necessário.
Sou desafiado constantemente a ler um livro ao invés de estar plugado, assistir um filme de cowboys com meu pai, conversar sobre os peixes da minha mãe, colorir desenhos com minhas sobrinhas, jogar conversa fora com velhos amigos e permanecer off.
Definitivamente, pra mim, isso sim é curtir!
Abraços!

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Alguém pra se contar...

Conte comigo! Conte comigo no que precisar! Conte comigo pro que der e vier!
Frases soltas, clichês, frases de efeito, de defeito, de amigos do peito?
O treinador percebe que um jogador se machucou, olha então para o banco de reservas e pensa: - Com quem desses posso contar?
Contar não apenas matematicamente, não falamos de amontoar peças que nem sabemos se funcionam. Contar por contar é fácil, minha sobrinha de 2 aninhos já sabe que tem 1, 2, 3, 4, 5 dedinhos em cada mãozinha.
Vc já contou nos dedos quantos amigos vc tem?
Vc já contou com todos os amigos que já contou?
E quem pode contar com vc?
Certo, contando com ele agora temos exatamente x, y ou z.
Aqui, a matemática é bem diferente e esquisita, pois, dos que auto se contam, subtraímos os que contamos, então, restam alguns poucos que podemos contar para dividir nossa conta. Entendeu essa conta? Entendemos quando pensamos somente na nossa conta, a conta do outro é do outro, não é da minha conta, porque, se é da minha conta, então tenho q pagar algo, e, isso não!
Contar com alguém é vê-lo presente, muitas vezes na hora de dividir a sua conta.
- Vamos rachar a pizza, vamos ver quanto deu? – Amigo, conta comigo aí na divisão.
- Mas vc nem comeu nada. - Não importa, conta comigo nessa conta amigão!
Alguém com quem vc pode contar...
Mas, vc nem tem o visto no jogo, nem no campo... mas, lá está ele, tá lá no banco, discreto, eles está por perto, sujeito para se contar, é certo...
A Bíblia já conta que, “na angústia nasce um irmão”, porque, na nossa angústia, dificilmente podemos contar com alguém. E, contar só por contar de nada conta, conta o que está presente, não o ausente, conta o que se faz presente na atitude na ação, isso é o que contamos.
Estou farto de gente que se acha que se pode contar, mas, que no final contamos como zeros à esquerda, e, na nossa conta, assim como na matemática do universo, zero à esquerda não se conta. De gente assim, eu já perdi a conta...
Mas, espera lá, hoje foi um dia pra se contar, porque pude contar com alguns preciosos e contáveis sujeitos diante de outros tantos incontáveis e que não podem ser contados.
É incrível, mas, as pessoas com quem pude contar, não precisaram de antemão me dizer conta comigo, os vi no banco, em meio aos incontáveis outros... Os outros? Os outros eu contei sim, como minha sobrinha... Lá, 1,2,3,4....12, 15...Foi pura e simples matemática, o resultado de sempre, nada mudou. Mas, com aqueles poucos com que pude contar, estão em alta conta comigo, mais do que 1,2, 3, 4, 5, esses contei como 100, 300, 100, 1200 e 100.
Seriam 1800?
Digo que foi tudo isso e bem mais do que isso...
Sinceramente, por tudo isso, nem eu mesmo contava!
Obrigado por dividirem comigo essa conta!

Do escambo ao escambau


Sempre houve uma “moeda” de troca, há muito tempo atrás se praticava o escambo, eram as trocas de mercadoria, hoje temos o dinheiro (eu não tenho!), as folhas de cheque, os cartões de crédito e o escambau. É muito difícil imaginar a vida sem dinheiro, não é mesmo? Não estou falando sobre ter muito ou pouco dinheiro não! As desigualdades de bens sempre existiram de alguma forma. Uns tinham mais bois, outros tinham mais terra, mais plantação e assim era e continua sendo a vida. Socialismo, capitalismo, monarquismo, comunismo, nada muda, há sempre alguns praticando a “lei de Gérson”.
As desigualdades não chegam a me incomodar tanto, o que me incomoda é a falta de oportunidades pra todos. Tirando a “maldita” sorte, a oportunidade de fazer uma faculdade visando ter um bom emprego, fazer o que se gosta, contribuir para a sociedade, dar melhores condições para sua família, é uma equação bastante complexa, mas, que sempre chega a um mesmo resultado – dinheiro. Uma quantidade de dinheiro num momento oportuno é uma chave micha para as oportunidades. Por isso, volto atrás, oportunidades é o que não faltam em nossa sociedade, sempre há uma oportunidade para tudo que você ainda nem pensou. A vida é um google.com, digite o que quiser e encontrará, mas, você tem ao menos dinheiro pra permanecer conectado? Do contrário, mal verá o resultado da sua busca, do que procura ou realmente precisa.
O que você significa para o mundo se não tiver grana? Alguém insignificante é claro. Sabe o que você faz sem 1 centavo no bolso ou quando tem apenas R$ 2,50 pra voltar pra casa? Isso mesmo, caminha...
Dizem que pra se ter mais dinheiro, bom mesmo é poupar, investir, mas, quem é o Palloci que consegue aumentar o patrimônio 20x em quatro anos como o tal do Palhaço?
O dia dos namorados está aí, e, não tenha a ilusão que é um dia pra ficar apenas coladinho com sua amada não, é dia de sair pra lanchar com ela, pegar um cine, carregar aquele saco cheio de pipoca, dar aquele presentinho baratinho, resumindo, é um dia para gastar com ela e vice-versa. Oras, o comércio tá esperando apaixonadamente vocês, ou o dinheiro de vocês, porque o mundo nos vê como $ ambulantes.
Sem dinheiro não somos nada, ou melhor, somos dívidas, cachorros sem donos em frente ao restaurante.
Nessa onda de marchas, gostaria de organizar uma marcha pelos “sem dinheiro”, mas, quem vai pagar as faixas e cartazes?
Estou exagerando? Tenta fazer algo sem dinheiro então.
É dinheiro pra nascer e pra morrer. Graça? Só mesmo a de Deus, e olha que custou duras 30 moedas de prata.
Como seria o mundo se não precisássemos de dinheiro pra vivermos? Você imaginou isso? Sei que se você não tem dinheiro já imaginou ou começará agora mesmo.
Se o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males, ok, não quero mesmo amá-lo, mas, quem me amará sem um tostão? Portanto, posso odiar o dinheiro, mas, enquanto o mundo continuar sendo desse jeito, eu preciso de dinheiro, de algum dinheiro. Sei que ele não traz felicidade e nem manda buscar, mas não posso negar que algumas oportunidades só me são abertas se eu tiver um pouco desse miserável passaporte.
Sei que valho mais do que ele – dinheiro, mas, tenho perdido a queda-de-braço contra ele, afinal, me sinto preso sem ele, já ele, é livre, é capaz de passar por vários lugares simples, mas que sem ele eu não passo a catraca do ônibus, por exemplo.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Roupas no varal



Todas as vezes que ela descia as escadas em direção à cozinha para preparar o café da manhã, costumava olhar através da janela em direção ao quintal de sua vizinha. Seu olhar se perturbava ao perceber que sua querida vizinha, costumava pendurar no varal roupas sujas e encardidas.
- O que há com ela? – pensava.
- Não entendo porque nunca lava suas roupas direito, estão sempre tão sujas!

Aquela manhã ensolarada de domingo parecia tão comum quanto tantas outras, no entanto, com os olhos ainda semi-abertos, ao descer o último degrau, aquela mulher olhou com surpresa para a janela da cozinha:
- Não acredito! – gritou ela.
- Até que enfim!
Ao ouvir seu grito, seu marido veio assustado da garagem, e antes mesmo que falasse algo, sua esposa lhe disse:
- Veja meu amor! – apontando o dedo indicador para o varal da vizinha.
- Nossa vizinha criou vergonha na cara e resolveu finalmente lavar direito as roupas hahaha.
- Olhe como estão tão brancas!
Então, carinhosamente seu marido lhe disse:
- Querida, eu apenas lavei os vidros da janela.

Temos uma capacidade feroz de apontar e julgar os defeitos e estranhezas dos outros. Sempre os outros...

- Poxa, como ele reclama sempre das mesmas coisas... Caramba, como ela se veste mal com aquelas calças de “cagado”... Nossa, como ela educa tão mal seus filhos... Eita, como ele mal cumprimenta as pessoas...
É sempre culpa do outro. Tem alguma coisa errado com ele. Afinal, as roupas no varal dela é que estão sujas!

Será mesmo?

A vida insiste em tentar nos mostrar que nem sempre o problema está no outro, mas, em NÓS.

Exatamente e unicamente em nós.

O grande problema é que podemos passar manhã após manhã olhando sempre pela mesma janela com os vidros sujos e emporcalhados.

Enquanto fizermos isso, de fato, vamos atribuir a sujeira que percebemos, como pertencente às roupas do nosso vizinho.

Mas, como está nossa janela?
Os vidros estão realmente limpos?

- Meu casamento tá uma droga por causa do meu marido que não para em casa.
- Vivo estressado porque meus filhos estão sempre aprontando.
- Tenho poucos amigos porque os outros são todos fingidos.
- Detesto meu trabalho porque meu chefe é um saco.

Certo, é bem provável que o vizinho nem sempre pendure roupas tão brancas no seu varal como acharíamos correto. Também, é provável que nem sempre estendamos nossas próprias roupas assim tão branquinhas.

A Bíblia relata que certa vez Jesus foi duro com algumas pessoas ao dizer:

*Por que é que você vê o cisco que está no olho do seu irmão e não repara na trave de madeira que está no seu próprio olho?
Como é que você pode dizer ao seu irmão: “Me deixe tirar esse cisco do seu olho”, quando você está com uma trave no seu próprio olho?
Hipócrita! Tire primeiro a trave que está no seu olho e então poderá ver bem para tirar o cisco que está no olho do seu irmão. *(Mateus 7.3-5)

A psicoterapia tem a intenção de lhe ajudar a entender que o suposto problema ou esquisitice, sei lá, não está no outro, mas, em VOCÊ.

E, ainda, talvez o problema realmente nem exista concretamente, mas, você está trombando com sua forma disfuncional de pensar, sentir e ver as pessoas, o mundo e você mesmo.

Lembre-se que sua janela pode não estar tão limpa assim como você pensa.

“Conhece-te a ti mesmo”. Foi o grande lema usado por Sócrates.

Nada mais nada menos que autoconhecimento.

É isso que a psicoterapia pode proporcionar. E não se trata de um “bicho de sete cabeças”, tão somente é a oportunidade de aprender a enxergar a si mesmo, bem como o outro de maneira mais assertiva.

É aprender, entre tantos outros valores, ao olhar para si próprio, poder expressar empatia e alteridade para com o outro.

A psicoterapia não se propõe a limpar os vidros de sua janela, isso é com você, porém, você não estará sozinho nesse esforço.

Afinal, não dá pra contar sempre com a disposição do maridão pra lavar os vidros da cozinha, ainda mais em um domingo pela manhã, não acha?

Pense nisso.

Abraços!

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Interesse

É interessante como existe gente interessada, gente interesseira e gente interessante.
Gente interesseira que chama você no MSN para pedir a cópia de um trabalho da faculdade. Gente interessada em saber se você conseguiu o novo emprego que procurava. Gente interessante, gentil, carinhosa e bonita, bonita mesmo. Gente interessante que dá vontade de conversar por horas. Gente interessada em saber como você está passando hoje. Gente interesseira que espera que você simplesmente consiga aquilo que elas precisam. Gente interesseira porque você pode ajudá-los nos trabalhos da faculdade. Gente interessante que tem bom conteúdo pra te passar. Gente interessada em saber se você tem ou não carona. Gente interesseira que senta perto de você pra poder pegar carona. Gente interessante que você poderia caminhar com ela. Gente interessante que sabe falar e sabe lhe ouvir. Gente interesseira que só sabe falar de seus interesses e nunca deixa você falar. Gente interessante que deixa você sem fala. Gente interessada em saber o que você precisa falar. Gente interessada em amar e ser amado. Gente interesseira que se preocupa com quanto você ganha e que posição ocupa.
Gente interessante... interessante...muito interessante.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Quebra

Toda quebra de relacionamento é dolorosa, não importa qual seja o tipo de relacão. Um amigo que já não é mais amigo, parece que foi um dia, mas, vc não sabe exatamente, pq estavam sempre juntos, rindo, confidenciando coisas, mas, hj nada é igual, não se olham mais na cara um do outro, e a distância entre eles é imensa, continentes separados, idiomas q não se conversam. Há amigos q são mais próximos do q irmãos, porém, a relação acabou. Motivos? Todos dizem ter os seus, não importa.
Dor terrível é aquela q aparece qdo vc precisa reconhecer no necrotério, sim, aquela pessoa q amava, q conviveu anos e anos com vc, mas, q a morte, a dura morte fez questão de quebrar o relacionamento entre vcs. Implacável morte, capaz de roubar lentamente ou num piscar de olhos alguém q vc mto amava, q não imaginava perder assim daquele jeito estúpido e cruel.
A vida é marcada por dores, dores de parto, dores no peito, dores no coração, dor da quebra e do rompimento de relações. Culpados? Dinheiro, ciúmes, intolerância, desafeto, traição, morte...
Disseram que a morte é a última "inimiga" a ser vencida... Relações, relacionamentos interrompidos, quebrados pela morte são os mais terríveis, dor q não passa, da negação até a aceitação de Kübler-Ross, há mto sofrimento q parece infindável, incomparável e intransferível.
Tenho pra mim, no entanto, que a mais desgraçada das quebras de relação se chama divórcio, sim, muito pior que a morte...
Duas pessoas deixam suas vidas e se tornam uma pessoa, juntam seus sonhos, acumulam segredos, trocas de confidências, juras de amor, promessas pra vida toda, intimidade escancarada entre ambos, somam bens, somam "maus", doação, cuidados, paixão, amor, cachorros, crianças e parentes.
Um mundo novo é criado e destruído pela bomba atômica dita como separação, desquite, divórcio. Pouco importam as razões, os danos são permanentes, a radioatividade levará a vida toda para se dissipar totalmente. Se não mortos por dentro, dessa tragedia todos saem machucados, feridos, estresse pós-traumático, medo, insegurança, afinal, o mesmo raio pode cair ou não no mesmo lugar duas vezes?
Quando alguns homens perguntaram para Jesus Cristo se era correto autorizar o divórcio, ele, sabiamente lhes disse q isso havia sido autorizado lá atrás por Moisés, tão somente pela dureza do coração daquela gente, e, nunca, nunca porque era o ideal dos planos de Deus. É verdade, Deus já sabia de todas as consequências, dos terríveis desdobramentos da quebra deste tipo de relação.
O divórcio surgiu como expressão da dureza do nosso coração.
Portanto, de uma relação tão forte quanto a morte, ela se transformou, se quebrou, se despedaçou, portanto não mais o amor, mas, o divórcio se tornou tão forte quanto a morte