Menu

Além de divulgar meu trabalho como psicólogo, quero compartilhar com você neste espaço, diversos materiais relacionados à psicologia, como: artigos, opiniões, fóruns, links, livros, filmes, entre outros.
Espero que este blog seja relevante para seus interesses.
Aguardo seu contato.

Luis C. Pontes
CRP 08/17138

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

CURTIR

- Quantos amigos você tem meu filho?
- Bem, depende pai.
- Como assim depende?
- Se liga pai! - Você quer saber quantos amigos tenho no Facebook, no Orkut, no Sonico, no Myspace, no Multiply, no Linkedin, no Flickr ou no Twitter?

Isso mostra a realidade das chamadas redes sociais. Aliás, orgulhosamente ou não, nós brasileiros, já despontamos como os usuários mais participativos desse universo virtual.
Realmente, nunca foi tão fácil ter amigos como hoje, você não acha?
Recentemente reencontrei virtualmente um amigo de infância, ao qual não tinha notícias há mais de 15 anos.
Praticamente encontramos “todo mundo” em alguma das redes sociais, e, é até estranho quando procuramos alguém do trabalho, da faculdade, algum parente, enfim, e não o encontramos.
Muita gente chega a entrar numa disputa acerca de quem tem mais amigos na rede.
O caminho para a popularidade, para o “estrelato” ficou mais acessível, afinal, todos podem ter seguidores, comunidades próprias, fotos e vídeos divulgados, que podem atrair a atenção de milhares de pessoas no mundo todo.
Por uma ótica mais ingênua, parece estar cada vez mais difícil ficar sozinho ou se sentir só, pois, bastam poucos cliques e, suas centenas de amigos surgem estampados na sua cara. Basta chamá-los, mandar-lhes mensagens, curtir, cutucar, etc.
Assim sendo, com a explosão das redes sociais, poderíamos afirmar que possuímos mais amigos, e, por conseqüência, nos sentimos menos só?
Infelizmente não.
Costumamos ser bons inventores, criadores de novas tecnologias, que são perfeitamente saudáveis e proveitosas, como é o caso das redes sociais.
No entanto, nosso grande problema, está na falta de habilidade em como utilizarmos beneficamente o que criamos, ou seja, costumamos desvirtuar a utilidade inicial, ou mesmo, a usamos extremadamente, e, com isso, damos um tiro em nosso próprio pé.
Parecendo ser antiquado ou retrógrado, pouco importa, afirmo veementemente que as relações pessoais, sempre necessitarão do caráter presencial.
Com isso, de maneira nenhuma desqualifico as relações no ambiente virtual. Elas são importantes, são até mesmo necessárias e complementares, entretanto, um relacionamento interpessoal carece do toque, não do “touch screen”, mas do contato físico, não somente dos olhos na tela, mas, sobretudo, dos olhos nos olhos.
Apesar disso, o que vemos são pessoas que encontraram uma zona de conforto atrás da tela dos seus PC´s, notebooks, netbooks, ipad`s, smarthphones, entre outros dispositivos de acesso a rede. E, vivendo “escondidos” nesse ambiente virtual, é claro, tendem a se relacionarem principalmente no nível virtual, que, cá entre nós, é quase sempre ambíguo, enigmático, e, diria também, bastante limitado.
Penso que, além da qualidade dos relacionamentos possa estar sendo afetada, pelo nosso uso desmedido das redes sociais, sinto que, na mesma medida, nos retraímos, nos fechamos em nosso submundo.
Ao invés de sairmos com um amigo para comermos uma pizza, para falarmos da vida, do trabalho, dos nossos sentimentos, twittamos que pedimos uma pizza, escrevemos no Facebook que a pizza está deliciosa, e, nosso amigo, que, raramente vemos fora da faculdade, do trabalho, enfim, ele só pode clicar em curtir e só.
Na real, quantos amigos você tem?
E, mais importante do que isso. Como você se relaciona com eles?
Não é de se estranhar, portanto, que, embora as pessoas tenham as mais variadas opções para terem contato umas com as outras, tais contatos, estão se tornando extremamente superficiais, rápidos e ocasionais.
Eu faço uso das redes sociais sim, e, sou tentado muitas vezes a usá-la bem mais do que o necessário.
Sou desafiado constantemente a ler um livro ao invés de estar plugado, assistir um filme de cowboys com meu pai, conversar sobre os peixes da minha mãe, colorir desenhos com minhas sobrinhas, jogar conversa fora com velhos amigos e permanecer off.
Definitivamente, pra mim, isso sim é curtir!
Abraços!

Nenhum comentário: